<$BlogRSDURL$>

segunda-feira, maio 24, 2004

Frase do dia: “Pode ser que sim, mas a verdade é que no tempo (e eu sei que esse tempo existiu) em que as mulheres (algumas) preferiam os paranóicos... aí sim seria mais fácil, mas agora é preciso fingir que somos todos sãos e que as máscaras e as lágrimas, ou o sangue na boca, realmente não existem e, além do mais, é porque tudo não passa de um percurso abecedariamente desconexo”.



Continuando. Tempo suspenso que galga em direcção ao que se espera quando se finge que não se espera mais nada... quando lá mesmo no último confim de uma esperança alojada no cérebro como uma bala, se sabe que ainda se espera alguma coisa.



Tempo de uns poemas... (já que a pachorra para escrever é menos que zero elevado a zero e multiplicado por outros mil zeros)


A MORTE DOS AMANTES




Teremos camas com os mais leves cheiros
E profundos divans, quais mausoléus,
Além de estranhas flores nas prateleiras,
Pra nós abertas em mais belos céus.

À porfia gastando os ardores últimos,
Os nossos corações, quais labaredas,
Reflectirão as suas chamas duplas
Nas nossas almas, dois espelhos gémeos.

Numa noite de rosa e de azul místico
Um só relâmpago iremos trocar,
Como o soluço de um adeus sem fim;

E um Anjo, mais tarde, abrindo as portas,
Alegre e fiel, virá reanimar
Os baços espelhos e as chamas mortas.


Baudelaire



Saturado pela recusa
Debatendo-me com o cansaço
Cedi-me ao colchão

Desprendidamente
Esboço um espreguiçar
Procuro aliviar o desprezo

Sem nada alternativo
Recorro à masturbação


Porquê a Virgem Maria?


Incomodado
Por ser assaltado com tal imagem
Critico-me!...

Repugnou-me a ideia, a visão
Mas, acreditem
Foi das maiores fodas que dei até hoje

Abençoado o autor
De tão nobre e ilustre imagem





Luís F Simões\ Rascunho

(Parabéns meu! 1 abraço!)

Comments: Enviar um comentário

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

disakala@hotmail.com