quarta-feira, maio 05, 2004
Frase do dia: “Não me assustas nem me metes medo”.
A CONVERSA QUE SE SEGUE É DA NOSSA i RESPONSABILIDADE E FOI GRAVADA ALGURES NUM TEMPO E NUMA VIDA NÃO TÃO DISTANTES QUANTO ISSO
- Então e ontem?
- Nem queiras saber! O coração nas mãos! Pior dos dias, pior das noites.
- A sério? O que houve?
- Só espero é que já tenha acabado. Ela caiu. Ouvi o barulho da queda. Eram umas duas e tal da manhã... O inferno e a dor. Hoje continuava no mesmo estado sonolento.
- Para variar não dormiste...
- Destrói-me, ando com o sono completamente esmiuçado. Esbatido sabe-se lá aonde ou por onde...
- Mas tu tens de ter a consciência que o padrão da doença, o padrão de velhice é mesmo esse...
- Sim, mas por mais que se pense no assunto nunca se está preparado.
- Deus do céu!! Prepara-te para todos os cenários! Por mais esperança que tenhas, por mais forças... é necessário que tenhas essa consciencialização.
- Eu sei, por isso é que hoje, apesar de quase não ter tempo para ir almoçar, lá acelerei e zarpei para casa.
- Tenta espairecer, não te esqueças. Olha, o Nick Cave lançou um novo álbum. O outro de versões do Jonhy Cash parece porreiro. Olha, vem lá o F.
________________________________________________________________________________________________________________________
- Ela morreu.
Tempo de um poema
A DESTRUIÇÃO
Sem parar, ao meu lado, o Demónio agita-se;
Nada em torno de mim com um ar impalpável;
Vou-o engolindo, queima-me os pulmões e sinto-o
Enchê-los de um eterno desejo culpado.
Por vezes, conhecendo o meu amor pla Arte,
Toma a forma da mais sedutora mulher
E melífluo, a coberto de pretextos beatos,
Habitua os meus lábios a licores abjectos.
Vai-me guiando assim, longe do olhar de Deus,
Quebrado de cansaço, ofegante, no meio
Das planícies do Tédio, profundas, desertas,
E lança nos meus olhos cheios de confusão
Roupas emporcalhadas e feridas abertas
E a sangrenta mecânica da Destruição!
Baudelaire
A CONVERSA QUE SE SEGUE É DA NOSSA i RESPONSABILIDADE E FOI GRAVADA ALGURES NUM TEMPO E NUMA VIDA NÃO TÃO DISTANTES QUANTO ISSO
- Então e ontem?
- Nem queiras saber! O coração nas mãos! Pior dos dias, pior das noites.
- A sério? O que houve?
- Só espero é que já tenha acabado. Ela caiu. Ouvi o barulho da queda. Eram umas duas e tal da manhã... O inferno e a dor. Hoje continuava no mesmo estado sonolento.
- Para variar não dormiste...
- Destrói-me, ando com o sono completamente esmiuçado. Esbatido sabe-se lá aonde ou por onde...
- Mas tu tens de ter a consciência que o padrão da doença, o padrão de velhice é mesmo esse...
- Sim, mas por mais que se pense no assunto nunca se está preparado.
- Deus do céu!! Prepara-te para todos os cenários! Por mais esperança que tenhas, por mais forças... é necessário que tenhas essa consciencialização.
- Eu sei, por isso é que hoje, apesar de quase não ter tempo para ir almoçar, lá acelerei e zarpei para casa.
- Tenta espairecer, não te esqueças. Olha, o Nick Cave lançou um novo álbum. O outro de versões do Jonhy Cash parece porreiro. Olha, vem lá o F.
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- Ela morreu.
Tempo de um poema
A DESTRUIÇÃO
Sem parar, ao meu lado, o Demónio agita-se;
Nada em torno de mim com um ar impalpável;
Vou-o engolindo, queima-me os pulmões e sinto-o
Enchê-los de um eterno desejo culpado.
Por vezes, conhecendo o meu amor pla Arte,
Toma a forma da mais sedutora mulher
E melífluo, a coberto de pretextos beatos,
Habitua os meus lábios a licores abjectos.
Vai-me guiando assim, longe do olhar de Deus,
Quebrado de cansaço, ofegante, no meio
Das planícies do Tédio, profundas, desertas,
E lança nos meus olhos cheios de confusão
Roupas emporcalhadas e feridas abertas
E a sangrenta mecânica da Destruição!
Baudelaire
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