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quinta-feira, abril 15, 2004

Frase do dia: “Em qual das versões é que pensas que escaparás impune?”.




A CONVERSA QUE SE SEGUE É DA i RESPONSABILIDADE DOS QUE PENSAM QUE A HISTÓRIA ACABOU, e foi gravada descaradamente sem tu saberes quando disseste que eu era uma pessoa em quem podias confiar, tss, tss




- Então, o que tens feito, fala-me dos teus dias...
- Ok, o de hoje, ensaio da banda. JL, ao que parece, deu o fora, esperto foi ele. Depois telefonou a N.
- E então? Sempre foste com ela ao concerto?
- Sim, depois estivemos a falar numa pastelaria em Santa Clara. Esteve a expor-me os seus projectos, numa de eu poder colaborar num deles, parecia mesmo interessada...
- Não achas isso algo estranho? Ela telefona-te muitas vezes.
- Sim, começo a ficar desconfiado. Certas cenas que ela me foi dizendo também apontam um bocado para certos aspectos.
- O que achas?
- Não sei nem quero achar muito. É um jogo inquinado que se vai arrastando, brincando com as suposições. A loucura ou o afastamento podem resolver as coisas para um lado ou para o outro. Se é suposto as coisas ficarem resolvidas.
- Sim, comigo é parecido. O meu relacionamento com a C, pensava que ia avançar, mas nada, mesmo nada. Não nos vemos e só comunicamos pelo messenger, tornou-se um caso inquinado e vivido entre teclas...
- Sexta lá fui ao Tropical, B, J, A, não dormi nada e acordei bêbedo. Sábado também lá estive, C, V, naquela, acordei tarde sem me lembrar se tinha bebido muito ou pouco. E tu? Também lá estavas...
- Sim, algo que não é muito habitual. Recebi um telefonema da C, para aparecer na Sé Velha, mas fiz-me esquecido. Também não me apetecia ficar em casa e lá fui até ao Tropical, até às grandes mesas...
- Sim, onde se finge estar acompanhado estando, na realidade, sozinho. Mas tu parecias estar animado...
- Nada. Apenas deixei-me estar, entre super e super, os rostos e as caras que se vão encontrando, que se vão conhecendo, sempre na mesma toada morna. Pouco desenvolvimento.
- Sim, vejo que isso chateia-te. A mim, um pouco. Não sei, apenas a vida normal. Para procurar ou para encontrar as coisas que quero, infelizmente, terá de ser nesses meios. Terá de ser entre as pessoas e com as pessoas.
- Bem, espero que não te estejas a candidatar a nada... com esse discurso... Também foste ao Pitch?
- A mesma coisa. Disse, no fim, ao senhor R: estás à espera da C? É que ainda lhe falta acabar o pack de vodka! Ainda vai na sexta!!! Ah! Ah! Ah!
- E o tipo?
- Levou a mal! O triste! Também que se foda! Saí logo depois sem dizer água vai água vem.
- E mais? Andavas a controlar alguém?
- Nada, estava lá uma tipa, loira, traseiro redondo, ousou encarar-me...
- E então? Avançaste?
- Não, comecei a olhar para ela intensamente e ela não aguentou. Depois disso, o resto da noite ficou meio confuso, não me lembro bem do que fiz, mas acho que não dancei muito. Falei com uns quantos de cromos que conheci recentemente. Sinto uma certa maturidade em mim e acho que as pessoas começam a reparar nisso.
- Achas mesmo? Não sei...
- Acho sim! Não obstante toda a merda e atrofios dos últimos tempos, o cabrão do director ter-me dito para eu acordar, tudo isso, quero lá saber... Não obstante, mais uma vez não obstante, acho que toda esta interacção forçada também faz com que eu comece a ganhar mais traquejo e as pessoas notam que eu estou melhor, acho eu, pelo menos sinto-me bem, não sei, acho que estou melhor, é capaz.
- Pois. E mais?
- Sábado à tarde a CJ veio-me convidar para ir a uma exposição. Levou um não redondo.
- Porquê?!
- Pois, eu tinha acabado de chegar e queria tomar café. Se não fosse pelas companhias merdosas com quem sai, cambada de tansos, bem que ela levava uns bons amassos. E daí não se sabe, pelo andar desta carruagem não se sabe mesmo nada.
- Olha, o puto T disse que tu estavas bem conservado... para a idade.
- Mas que idade pensa ele que eu tenho afinal!!?? Bem, acho que ainda não está na hora de ir para o museu... ou de ser arrumado na prateleira.
- Sim, mas olha que as tuas atitudes começam a afastar um bocado as pessoas... as gajas. Repara que a M já se começou a afastar, acho que está a andar com aquele tipo da rádio...
- Aquele palhaço!!?? Bem, ela também não me interessava para nada. Mas tem aquela amiga, sabes quem é, morena, um ar meio sério mas a cair para o ordinário, tu sabes, já te vi a falar com ela. Pena é quase não aparecer. Essa bem que levava uma boa foda!
- !!!?? Espero que não estejas a falar da minha prima...





Tempo de um poema...



POEMA



No tempo em que os suicidas falavam
Amar-te teria consequências.


Mas teria?
Ou nem uma última ruga
Viria alterar a face das coisas
Dispô-las pela primeira vez a meu favor?


(Uma ruga que me deixasse para sempre limpo
Para sempre autêntico
E que imediatamente me recompensasse
Do acto por excelência cabotino
De desaparecer a deixar rasto
De desaparecer em contracção, em convulsão de teatro.)




Alexandre O´Neill
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