quinta-feira, março 04, 2004
Frase do dia: “O Teatro de Marionetas só interessa a quem segura as cordas”.
POSTULADOS E MODUS OPERANDI, ou qualquer coisa de luta por qualquer coisa qualquer coisa qualquer coisa de luto
Todos os dramas da espécie humana são vividos ao nível pessoal, mas para a história do Homem isso significa muito pouco, ou ainda menos.
A Verdade é como a História, traduz-se apenas na versão contada pelos descendentes dos que venceram, ou pelos diversos macro ou micro poderes geográficos, não interessa. Nunca existiu verdade histórica, grande parte das nossas referências são construídas por cima de falsos pressupostos, visões parcelares, mistifica-se um passado mítico mumificando as hipóteses de um qualquer futuro utópico.
Sempre que olho para um Homem imagino sempre o seu cadáver.
Qualquer pessoa era capaz de matar pelo preço certo. Todas as pessoas o têm. Esconde-se dentro da máscara de cera a que dão o nome de sanidade mental ou ética, mas lá no fundo, no fundo... qual é o teu preço? Aqueles a quem a sociedade chama criminosos vulgares são os que apenas não estão em condições de negociar nada.
A força de um Homem traduz-se pelo preço que pede e nunca pelo preço que paga.
Um Homem (continuando a utilizar esta designação errada do poder machista) nunca pode ir de encontro a uma ideologia, mas esta pode, algures, encontrar esse mesmo Homem de passagem.
Quanto ao Sonho...
Uma vírgula no ponto errado da frase altera completamente o seu sentido. Grande parte das nossas falhas de comunicação partem de erros tão simples quanto este.
O que determina o Negro é a existência do Branco, o que determina a Sombra é a existência da Luz. Mas isso não significa que a Luz se oponha à Sombra ou o Branco ao Negro. Porque, na verdade, não são opostos. Qualquer oposto de qualquer coisa que exista traduz-se apenas na não existência. O Ser ao Não Ser, mas nunca o Eu ao Outro, ou a Identidade à Alteridade. Porque eu sou simultaneamente o Eu e o Outro, a Sombra e a Luz, o Branco e o Negro e todo o conjunto puzzle de fragmentos de milhares e milhares de cores e cores. O que se opõe ao Eu é o Não Eu, quem determina essa cisão é o meu grau derrapagem em direcção ao abismo. Isto não é novidade, grande parte das tretas existencialistas batem sempre nestas mesmas teclas.
Anomia (Durkheim)- Se Eu me matasse não teria bem a certeza sobre quem eu estaria a disparar.
Deixo-vos com um poema, seja lá o que isso signifique
pode não ser sempre assim; e eu digo
que se os teus lábios que amei tocarem
os de outro, e os teus ternos fortes dedos aprisionarem
o seu coração, como o meu não há muito tempo;
se no rosto de outro o teu doce cabelo repousar
naquele silêncio que conheço, ou naquelas
grandiosas contorcidas palavras que, dizendo demasiado,
permanecem desamparadamente diante do espírito ausente;
se assim for, eu digo se assim for-
tu do meu coração, manda-me um recado;
para que possa ir até ele, e tomar as suas mãos,
dizendo, Aceita toda a felicidade de mim.
E então voltarei o rosto, e ouvirei um pássaro
cantar terrivelmente longe nas terras perdidas.
E.E. Cummings
POSTULADOS E MODUS OPERANDI, ou qualquer coisa de luta por qualquer coisa qualquer coisa qualquer coisa de luto
Todos os dramas da espécie humana são vividos ao nível pessoal, mas para a história do Homem isso significa muito pouco, ou ainda menos.
A Verdade é como a História, traduz-se apenas na versão contada pelos descendentes dos que venceram, ou pelos diversos macro ou micro poderes geográficos, não interessa. Nunca existiu verdade histórica, grande parte das nossas referências são construídas por cima de falsos pressupostos, visões parcelares, mistifica-se um passado mítico mumificando as hipóteses de um qualquer futuro utópico.
Sempre que olho para um Homem imagino sempre o seu cadáver.
Qualquer pessoa era capaz de matar pelo preço certo. Todas as pessoas o têm. Esconde-se dentro da máscara de cera a que dão o nome de sanidade mental ou ética, mas lá no fundo, no fundo... qual é o teu preço? Aqueles a quem a sociedade chama criminosos vulgares são os que apenas não estão em condições de negociar nada.
A força de um Homem traduz-se pelo preço que pede e nunca pelo preço que paga.
Um Homem (continuando a utilizar esta designação errada do poder machista) nunca pode ir de encontro a uma ideologia, mas esta pode, algures, encontrar esse mesmo Homem de passagem.
Quanto ao Sonho...
Uma vírgula no ponto errado da frase altera completamente o seu sentido. Grande parte das nossas falhas de comunicação partem de erros tão simples quanto este.
O que determina o Negro é a existência do Branco, o que determina a Sombra é a existência da Luz. Mas isso não significa que a Luz se oponha à Sombra ou o Branco ao Negro. Porque, na verdade, não são opostos. Qualquer oposto de qualquer coisa que exista traduz-se apenas na não existência. O Ser ao Não Ser, mas nunca o Eu ao Outro, ou a Identidade à Alteridade. Porque eu sou simultaneamente o Eu e o Outro, a Sombra e a Luz, o Branco e o Negro e todo o conjunto puzzle de fragmentos de milhares e milhares de cores e cores. O que se opõe ao Eu é o Não Eu, quem determina essa cisão é o meu grau derrapagem em direcção ao abismo. Isto não é novidade, grande parte das tretas existencialistas batem sempre nestas mesmas teclas.
Anomia (Durkheim)- Se Eu me matasse não teria bem a certeza sobre quem eu estaria a disparar.
Deixo-vos com um poema, seja lá o que isso signifique
pode não ser sempre assim; e eu digo
que se os teus lábios que amei tocarem
os de outro, e os teus ternos fortes dedos aprisionarem
o seu coração, como o meu não há muito tempo;
se no rosto de outro o teu doce cabelo repousar
naquele silêncio que conheço, ou naquelas
grandiosas contorcidas palavras que, dizendo demasiado,
permanecem desamparadamente diante do espírito ausente;
se assim for, eu digo se assim for-
tu do meu coração, manda-me um recado;
para que possa ir até ele, e tomar as suas mãos,
dizendo, Aceita toda a felicidade de mim.
E então voltarei o rosto, e ouvirei um pássaro
cantar terrivelmente longe nas terras perdidas.
E.E. Cummings
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