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quarta-feira, fevereiro 25, 2004

A CONVERSA QUE SE SEGUE É DA i RESPONSABILIDADE DOS PRESENTES, e foi transcrita de um telemóvel encontrado num lago junto a um rio perto de um mar que se julgava um oceano, se bem que tudo se resumisse a um charco ou a uma poça de água, ou ainda menos a uma gota de suor

- Se nós não temos forças para nos travarmos um ao outro é porque nos estamos a atirar no abismo. Isto não é o eterno retorno, parece mais a queda do que ainda estava de pé.
- Amigo, deixa que a queda se concretize... Só assim poderás saborear a essência da vida. E, não te esqueças: estou sempre ao teu lado.

Deixo-vos com três poemas de amigos pessoais, um deles infelizmente já morto.


DEDICATÓRIA

O longe e o perto limitam-te

Vejo num olhar o esvaziar de desejos
Que grande destino se revela em teu horizonte
Por estes caminhos que passas-abandonado!

Teus lamentos escondem-se!,
Já dissimulados na ausência da verdade
Expulsos!... a felicidade fragmentou-se ela mesma em ti

Tantos são os pedaços esquecidos que te envolvem...
Brisas ásperas! Terra inocente! Grande suspiro!
Rastejando- esvaziado de orgulho- suplicando

Esbarras com um espelho
Vens olhar-te nos olhos, nos teus olhos que te olham
Para que haja, para que exista compaixão da boca que te canta!

Luís F. Simões \ Rascunho



F`s

E, noite fora
gatas mortas
mijando
rosas
de encontro
ao paredão
Seus espinhos cravados
corpos desnudados
tudo o que temos
simplesmente envelhecemos
na muralha, sitiados
à sombra do sol
Vampiros sedentos
pelo virginal
Sangue novo


Paulo Barbosa


EXCALIBUR

“É como neve!” disseste
O homem ácido acena-me todos os dias na mesma posição
Encostado a um poste onde brilha
Uma efémera luz que se retorce num muro
As chamas deste mundo estão verdes
Em deuses tristes hipoteticamente bêbedos
Quem sabe se mesmo drogados mas surgirá algures
Um novo Nero e uma nova Roma no mundo

Se um dia esta cidade arder ou... talvez esta rua
Eu, com um fósforo na mão não é certo ser dado como suspeito
Mas não serei o bombeiro voluntário a correr ao ouvir a sirene
“Em Camelot seremos reis um dia” disseste, princesa criança sob fábulas de livros

Mas... se um dia essa espada surgir flamejante
Rasando um já rasgado céu corta-me os braços
Eu peço-te ou.. então... mutila-me o corpo
E depois atira-a à água
E algures uma nova luz
Chegará um dia abandonada
A uma qualquer praia
“Um dia... “ disseste

Claus Min (1974\ 1998) R.I.P.
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